quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Ele é sempre e ainda muito pouco. Um ponto não é notável. Um ponto é o degrau de quem desce. Tomo nota em importantes escritos de que um ponto conclui epopeias.
Um ponto cura feridas, fecha estadas, abre caminhos. É o ponto de partida, é o ponto final, absoluto constituinte do meio. O ponto é o marco zero. Ou a Ladeira da Sé, para quem desce a pé seus pontos turísticos.
Aparece acompanhado das mais variadas formas, entre linhas e curvas, mas é indubitavelmente solitário. Eu que sou ponto, sei. Eu que cheguei a esse mundo sem qualquer ajuda, pontuei cada rastro do meu passo. E digo em voz baixa: um ponto é apenas um.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Conversa aleatória com amigo

- Não suporto esses analfabetos que ganham dinheiro pra f#@*r na frente de idiotas.

- É, também não curto políticos.

-  Tô falando dos bbb’s

- Ah, tá.

Tudo começou assim,

eu me levantei da cama, e zaz! Meu dia virou uma m...!
Já tinha dito a minha mãe que eu marcaria uma consulta médica. Que EU marcaria uma consulta médica. 
 - Filha, marquei sua consulta para 14h.
 - Mas você nem sabe o que ou fazer hoje à tarde!
 - O de sempre, nada.
 - Obrigada, mãe.    -.-' 

Não é só para não me inferiorizar, mas o fato de eu estar enclausurada num repouso não quer dizer que eu não tenha uma agenda de compromissos. Tá, quer dizer sim.
Então, lá fui eu, feliz e saltitante, num sol de rachar o chão, pra chegar e ouvir o infeliz ler os exames e dizer: tá tudo bem, não tem problema nenhum. 
 - Como assim não tem problema NENHUM? (tem noção do que é para uma hipocondríaca ouvir isso?)

Passei na farmácia para pelo menos pegar um dramin e voltei para minha torre. Tive que escutar meu pai reclamando que só fico na internet o dia inteiro... vou fazer o que? Ponto de cruz e tricô? E nem é o dia inteiro, metade eu durmo. Fiquei nervosa e acabei sendo estúpida numa ligação importante (pelo menos pra mim), comi muuuito chocolate e falei o que não devia pra quem não devia. Resumo da ópera: hoje eu só fiz m*!

Observação do dia: a vida não dá ctrl+z, ficadica.

Ouvindo: zabumba zunindo no colo de Deus... água nos olhos que a seca bebeu.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Boemia,

Boemia,

aqui me tens de regresso.

Confesso que realmente não pensava em voltar. A ideia de abandono nunca me soou desoladora, e, cá pra nós, não sou nem um pouco sentimental. Acontece que um amigo andou fuçando por essas bandas e me contou como estava a situação. Andei lendo uns posts antigos e até me surpreendi com algumas situações das quais nem lembrava. Foi um profundo momento de nostalgia, não só por relembrar algumas situações, mas também por reviver como eu mesma era. É, tá confuso, mas alguém específico vai entender, melhor que eu, inclusive.
Fato é que agora estou aqui, no ponto inicial, com leves mudanças: o vizinho do reggae foi pro México, outra padaria (menos suspeita) foi aberta na esquina, o incondicional fã de Nelson Gonçalves descobriu a revelação Agnaldo Timóteo... tudo bem que algumas coisas simplesmente não mudam, e ele continua lavando o carro todos os dias, mas quem sou eu pra julgar!
O que também não mudou foi meu desastroso desempenho em Geometria, agora sem a verruga, digo, Edimário, e disfarçada sob o nome de Matemática II, o que não a torna mais encantadora.
O que, atendendo a milhares de pedidos também volta, é meu relato auditivo, então vá lá!

Ouvindo: O astronauta de mármore- Nenhum de nós. “desculpe, estranho, eu voltei mais puro do céu”